No Ceará um método construtivo começa a ganhar espaço: construções feitas em contêineres. As residências tem como proposta entrega em um mês, com custo entre 10% e 50% menores, além de ser um método mais sustentável.
Atualmente, não se sabe quantas edificações de contêiner existem no Estado, no entanto, já é comum que os cearenses escolham o modelo para construção de casas de praias e até mesmo residenciais.
Nessa forma de construção sustentável, são utilizados contêineres da indústria de transporte que são descartados após 15 anos. Para que seja possível reaproveitá-los e transformá-los em moradia é preciso recuperar os blocos e isolá-los termicamente e por fim realizar a adaptação ao projeto. A instalação acontece com apoio de guindaste e a vida útil da estrutura pode ser superior a 90 anos.
Esse método pode baratear a construção até pela metade do preço. Os valores dos contêineres são avaliados em dólares.
Será inaugurado na próxima semana, um condomínio de kitnetes construídos com contêiner em Fortaleza na Rua Tenente Benévolo, entre os bairros Praia de Iracema e Centro. Os preços variam conforme o tamanho da moradia:
15m²: R$ 650
18m²: R$ 850 (com varanda)
30m²: R$ 1.100 (com espaço para 2 quartos)
De acordo com Bel Arruda, administrador de uma empresa na área, um kitnete de 16m² feito de contêiner sai, em média, por até R$35 mil enquanto os modelos tradicionais de alvenaria custam entre 30% e 40% a mais – ou seja, até R$42 mil.
“Os contêineres postos para a venda tem 15 anos de uso, porque na área de transporte não tem mais validade, e são descartados para venda ou sucata. Nós fazemos uma recuperação com lixamento e pintura”, destaca. Os blocos de metal usados com produtos químicos ou radioativos não são disponibilizados.
Lar no Eusébio
Na região Metropolitana de Fortaleza, uma residência de 150 m² será construída por preços menores que o de mercado. Isso só é possível devido às várias técnicas de construção a baixo custo, no qual os pioneiros dessa jornada foram os contêineres.
De acordo com a Amanda Alves, engenheira civil responsável pela iniciativa. “A ideia é mostrar para as pessoas como elas podem sair do aluguel investindo o mínimo possível. A construção convencional se torna muito cara, porque tem de criar um canteiro de obras e você só pode morar quando a casa está pronta”.
Além de tudo, uma casa com esse tamanho pode ser vendida por aproximadamente R$830 mil num condomínio. Além dos da economia com os contêineres, Amanda relata que para diminuir ainda mais o valor final da obra outras alternativas podem ser utilizadas, como tijolos ecológicos e parede de pedras.
Para reduzir tanto o custo do sonho da moradia, ela ressalta a importância de buscar quem entende do assunto. “As pessoas negligenciam muito a função do engenheiro de criar estratégias para baratear a construção de forma segura e mantendo a qualidade”.
Casa de praia de contêiner
A casa de ferro do empresário Márcio Bezerra chama atenção, ela fica localizada próximo da Lagoa do Uruaú, em Beberibe.
“Se você entrar lá, todas as casas são de alvenaria e eu queria fazer uma proposta diferente e também gastar menos. Passei um ano pesquisando vídeos e tive essa ideia”, diz Márcio. A casa de praia tem 30 m² divididos em cozinha, duas suítes e um depósito.
Ao contrário dos outros casos, Márcio estima que não tenha economizado com valor final, avaliado em 100 mil. No entanto, a vantagem principal foi o tempo de execução.
“Foram mais ou menos dois meses entre eu pegar o contêiner no porto e tudo ficar pronto”, destaca.
Fonte: Diário do nordeste