A pandemia de Covid-19 transformou a forma como os brasileiros vivem e organizam suas residências. O isolamento social e a adoção do home office impulsionaram mudanças significativas nos espaços, refletindo-se na arquitetura e no design de interiores.
Para entender quais alterações se mantiveram no cenário pós-pandemia, a Loft, em parceria com a Offerwise, realizou um estudo sobre as reformas e adaptações feitas no primeiro ano da crise sanitária que ainda estão presentes nos lares brasileiros cinco anos depois. A pesquisa contou com mais de 1.300 participantes.
Home office valorizado
A tendência que mais se consolidou foi a manutenção dos espaços dedicados ao trabalho remoto. Segundo a pesquisa, 71% dos entrevistados que criaram um ambiente de home office durante a pandemia ainda utilizam a estrutura, tornando-se a adaptação mais duradoura nos lares brasileiros.
“Para grande parte da população, antes da pandemia de Covid-19, a casa era basicamente um local de descanso. Isso mudou. Um espaço para trabalho ou estudo se transformou em uma necessidade. E não basta uma mesa. Sempre que é possível encaixar no orçamento, as pessoas dão preferência para imóveis com um cômodo que permita dividir melhor os momentos de trabalho e lazer”, explica Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
Infraestrutura e localização
Em segundo lugar, 69% dos entrevistados afirmaram ter mantido melhorias na infraestrutura tecnológica, como internet de alta velocidade e equipamentos de trabalho, reforçando a necessidade de lares mais eficientes. Empatada no ranking, a mudança para bairros mais tranquilos também seguiu como uma tendência relevante no pós-pandemia.
“Com mais pessoas voltando a trabalhar 100% presencial, imóveis próximos aos grandes centros voltaram a ter grande demanda. Por outro lado, parte da população segue em modo híbrido ou totalmente remoto, o que favorece os imóveis em locais afastados dos grandes centros. Em resumo, o mercado imobiliário vive um momento de valorização de diferentes tipologias de imóveis”, afirma Takahashi.
Moradia compartilhada
O compartilhamento de imóveis também se mostrou uma prática consolidada. De acordo com o estudo, 66% dos entrevistados que passaram a dividir a moradia com familiares ou companheiros na pandemia seguem nesse modelo em 2025.
“Diversos fatores podem influenciar essa decisão, mas a principal motivação está ligada a questões financeiras. Além disso, o casamento e a necessidade de cuidar de um familiar em situação de saúde fragilizada também são determinantes”, pontua Takahashi.
Reformas para conforto e funcionalidade
A busca por mais conforto e funcionalidade dentro de casa foi outro aspecto que resistiu ao tempo. Segundo a pesquisa, 65% dos participantes realizaram reformas para melhorar os espaços internos.
“O conceito de bem-estar tornou-se um diferencial importante nos lançamentos imobiliários, não se limitando ao segmento de luxo, mas também alcançando a classe média”, destaca Takahashi.
A tendência se traduz em mudanças como a ampliação das áreas de lazer, a criação de ambientes multifuncionais e a maior integração com a natureza. “Com os compradores priorizando imóveis com áreas verdes, proprietários e imobiliárias tendem a destacar a presença de jardins, varandas e proximidade de parques nos anúncios, além de investir em soluções ecológicas, como telhados verdes, sistemas de captação de água da chuva e eficiência energética, que agregam valor ao imóvel”, conclui.
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Informações retiradas de Casa Vogue