Com o constante aumento das taxas de juros de financiamentos parece estranha a afirmação, mas 2022 será o segundo melhor ano da história para realizar financiamento de imóveis, segundo José Ramos Rocha Neto, presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
O ano passado já havia registrado recorde de empréstimos, com concessões no valor de R$205,4 bilhões. Para 2022, a estimativa para os recursos da poupança vão atingir R$195 bilhões, valor que, mesmo representando uma queda de 4,9% em relação ao ano anterior, é promissor tendo em vista o cenário desafiador atual.
Segundo a Abecip, se forem consideradas as concessões com “funding” pelo FGTS, que têm taxas subsidiadas e por isso isentas da Selic, o montante pode alcançar R$260 bilhões no ano, 2% a mais quando consideramos os R$255 bilhões do ano passado.
As concessões de empréstimo em janeiro deste ano foram de R$14,5 bilhões, um aumento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2021.
Segundo Paulo Chebat, CEO da plataforma de comparação Melhor Taxa, as novas modalidades de crédito imobiliário que têm surgido no setor são responsáveis por manter o mercado aquecido, pois são formas de tornar acessíveis os financiamentos para clientes com dificuldade para obter aprovação bancária ou comprovação de renda.
O aumento da Selic pode acarretar um cenário positivo, segundo Chebat. “O mercado ficou muito tempo sem inovação e os juros mais elevados possibilitam a entrada de novos players no financiamento imobiliário, por exemplo, quem já trabalhava com home equity, de crédito com garantia de imóveis, pode começar a oferecer também linhas de financiamento para aquisição.”
Fonte: Valor